G—NEWS (PORTUGAL) — O início de outubro traz-nos não apenas a renovação das estações, mas também a oportunidade de refletirmos sobre o papel decisivo da juventude timorense no futuro do nosso país. Os filósofos da antiguidade já afirmavam que os jovens são como sementes lançadas à terra: precisam de cuidado, alimento e direção para florescer. Aristóteles via a juventude como o tempo da esperança, porque nela reside a força e o dinamismo capazes de transformar a sociedade. Também Santo Agostinho dizia que “a esperança tem duas filhas: a indignação e a coragem”. Assim, cabe aos jovens indignarem-se contra o que bloqueia o progresso e, ao mesmo tempo, terem a coragem de construir um futuro novo.
Hoje, Timor-Leste enfrenta o grande desafio de se situar num mundo em constante mudança. A tecnologia avança a uma velocidade vertiginosa, a globalização aproxima-nos e, ao mesmo tempo, expõe-nos às suas exigências. Graças a Deus, fazemos parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um espaço de diálogo cultural e cooperação que nos fortalece. E, se Deus quiser, como já foi informado, neste mês de outubro daremos um passo decisivo: a entrada na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Trata-se de um marco histórico que abre horizontes mais amplos para o nosso povo, mas que exige também maior preparação, dedicação e competência.
Aqui entra a responsabilidade da juventude e da nova geração. Timor precisa da nossa capacidade de enfrentar o mundo com inteligência, criatividade e perseverança. É necessário não cansar de estudar, de aprender, de esforçar-se, porque o futuro não se constrói com improviso, mas com trabalho diário e contínuo. A educação é a chave que abre portas e a ferramenta que transforma sonhos em realidade. Como dizia o filósofo Kant, “o ser humano só se pode tornar humano pela educação”. Assim, a missão de cada jovem timorense é investir no próprio crescimento para que, amanhã, Timor-Leste tenha cidadãos preparados para os desafios da economia, da ciência, da política e da cultura.
É justo também agradecer aos nossos líderes e governantes que têm lutado com persistência para que o país seja reconhecido na comunidade internacional. O caminho tem sido árduo, marcado por negociações e sacrifícios, mas é graças a essa visão de futuro que hoje podemos sonhar com um Timor mais presente no mundo.
A juventude é, sem dúvida, a esperança viva da nossa pátria. Por isso, cabe a cada jovem não cruzar os braços, mas ser protagonista da história, caminhando com disciplina, coragem e fé. O futuro de Timor-Leste não se encontra apenas nas decisões políticas, mas sobretudo na determinação de cada jovem que decide levantar-se todos os dias para aprender e para sonhar mais alto.
Que esta geração não tenha medo de sonhar, nem se canse de lutar. Porque, como escreveu Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
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