G—NEWS (OPINIÃO) — “A mobilização estudantil mostra que a democracia vive da participação e não da passividade.”
Nos últimos dias temos assistido a uma mobilização significativa da juventude, em particular dos estudantes universitários, contra determinadas políticas públicas que consideram injustas e lesivas para o futuro coletivo.
Ao contrário da perceção comum de uma geração apática, desligada e centrada apenas no mundo digital, o que se viu foi uma juventude desperta, organizada e determinada em fazer ouvir a sua voz.
As universidades, historicamente, sempre foram espaços de fermento político e cultural. Hoje, mais uma vez, revelam-se laboratórios de cidadania ativa. Nos corredores, nas assembleias e também no espaço virtual, multiplicaram-se discussões e propostas.
O que começou como inconformismo individual transformou-se em movimento coletivo, capaz de ocupar as ruas e de conquistar espaço no debate público.
Os efeitos desta mobilização não se fizeram esperar. Algumas medidas governamentais foram revistas, decisões foram suspensas e autoridades que antes se mostravam inflexíveis abriram canais de diálogo. Estes resultados positivos demonstram que não estamos perante um capricho juvenil, mas diante de um exercício de cidadania que legitima a própria democracia.
É verdade que os críticos apontaram a suposta ingenuidade ou radicalismo dos jovens. Contudo, a História mostra-nos que muitas conquistas sociais tiveram precisamente origem em movimentos estudantis.
Foram, muitas vezes, os estudantes a denunciar injustiças, a reivindicar direitos e a propor caminhos que mais tarde viriam a beneficiar toda a sociedade.
A geração atual distingue-se também pela capacidade de combinar energia com inovação. Além de protestar nas ruas, sabe apresentar dados, elaborar alternativas e, sobretudo, usar as ferramentas digitais para ampliar a sua mensagem.
Não se trata apenas de rejeitar uma política específica, mas de afirmar um princípio: a política deve servir o bem comum e não interesses particulares.
O grande ensinamento destes últimos dias é claro: a democracia só é forte quando o povo participa. E entre o povo, os jovens universitários desempenham um papel essencial, porque têm a ousadia de questionar, a coragem de sonhar e a determinação de agir.
A mensagem final não podia ser mais simples: o poder da democracia está nas mãos do povo. Quando os jovens e estudantes universitários se organizam e se fazem ouvir, a política tem de mudar.