Honrar o sacrifício com educação e serviço: o compromisso dos jovens de Timor-Leste

(Pe. Domingos G. de Araújo, missionário do Verbo Divino em Portugal)

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G-NEWS (PORTUGAL) — No dia 12 de novembro de 2024, comemoramos 33 anos desde o Massacre de Santa Cruz, um episódio trágico e marcante na história de Timor-Leste. Neste dia, recordamos com profunda reverência o sacrifício de muitos jovens que, de forma corajosa, ofereceram as suas vidas em nome da liberdade e da independência.

Jovens que, movidos por um amor incomensurável ao seu povo e à sua terra, ergueram-se em uníssono para gritar contra o colonialismo e lutar pela dignidade de uma nação. Eles sabiam que a sua missão era maior do que o próprio medo, maior do que as ameaças, pois a liberdade era o destino que Deus reservava ao seu povo.

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Foi o clamor desses jovens, unido ao sofrimento e à resistência de um povo inteiro, que Deus ouviu. E pela graça divina, Timor-Leste alcançou finalmente a independência, um momento que selou o sacrifício de tantos mártires da liberdade. No entanto, hoje, 33 anos depois, precisamos refletir sobre o significado dessa independência e o papel da juventude na construção contínua do país.

Se naqueles anos difíceis os jovens tinham de lutar pela liberdade, hoje, após a independência, a luta é diferente, mas igualmente crucial. É a luta pela formação, pelo estudo, e pelo desenvolvimento das nossas capacidades profissionais e intelectuais. Porque uma nação livre precisa de mentes preparadas, de corações determinados a servir o bem comum, e de cidadãos que saibam aplicar os seus talentos em prol de uma sociedade mais justa e próspera.

O filósofo e educador brasileiro Paulo Freire falava da importância da educação como um ato de liberdade. Ele acreditava que só através da formação crítica é que se poderia transformar o mundo, algo que ressoa profundamente na realidade de Timor-Leste. O conhecimento liberta e, após a conquista da independência, é a nossa arma mais poderosa para vencer a ignorância, a pobreza, e a injustiça.

Da mesma forma, o filósofo alemão Jürgen Habermas defendeu a ideia de que a juventude tem um papel transformador na sociedade. Ele afirmou que a comunicação e o diálogo são fundamentais para uma sociedade democrática e próspera. Os jovens timorenses, por isso, têm o dever de construir pontes, promover a justiça e a igualdade, e fazer da sua vida um instrumento de serviço a Deus e ao próximo.

Hoje, a mensagem para os jovens de Timor-Leste é clara: parem de criar problemas e de se distrair com conflitos que só dividem. Concentrem-se no estudo, na formação, e no desenvolvimento de todas as vossas capacidades. É assim que honramos o sacrifício dos que morreram pela nossa liberdade, servindo com o melhor de nós mesmos, com amor ao próximo e fidelidade a Deus.

Recordemos sempre que a independência não é um fim, mas um começo. E como dizia Nelson Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo”. Que os jovens de Timor-Leste abracem essa verdade com esperança e compromisso.

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